Modelos de armamento presentes na Península Ibérica em 3D
Este Blog pretende dar a conhecer um conjunto de sítios arqueológicos visitáveis em Portugal, para o período cronológico da Idade do Ferro (VII - I a.C.)
quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013
Castro do Monte Padrão. St. Tirso
Tipo de Sítio – Povoado Fortificado
Cronologia – Bronze Final, Idade do Ferro, Romano, Idade Média
Localização – St. Tirso. Porto.
Acessos – a partir de Santo Tirso, pela estrada nº 104 (Santo Tirso – Guimarães), devendo de seguida tomar-se a estrada nº 319, no sentido de Paços de Ferreira. No
percurso encontrar-se-ão placas indicadoras da estação arqueológica.
Descrição - De várias edificações de planta circular, algumas com vestíbulo, este Castro é também composto por três linhas de muralhas.
Neste povoado é bem visível a sobreposição ocupacional ao longo dos séculos, quer a nível do espólio resultante das escavações e observável no centro interpretativo, como também pelas diferentes características das estruturas hoje visíveis. Algumas com particularidades romanas.
Da ocupação da Idade do Ferro e Romana foram descobertos diversos exemplares de cerâmica comum, tanto autóctone como de importação romana, ânforas, vidros, tegula, imbrex, contas de colar executadas em pasta vítrea, lucernas e fíbulas, para além de alguns elementos de adorno realizados em bronze, diversos artefactos em ferro, cossoiros, mós manuais, moedas e escórias, estas últimas a atestar a provável actividade metalúrgica no povoado.
Durante a época medieval instalou-se no local um mosteiro ligado ao de Celanova (Orense) e que esteve activo até à Idade Moderna.
Deste período é também visível uma necrópole de inumação composta por sepulcros sub-rectangulares delineados com lajes graníticas.
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Espada de antenas tipo Alcácer do Sal
Composta por lâmina de
dois gumes tem na área central, conjunto de estrias (linhas verticais), centradas
entre duas caneluras. O punho composto por espiga, com enchimento metálico na
zona central, apresenta secção poligonal. No topo do punho encontram-se as antenas,
peça fundamental que deu origem ao nome da arma.
A necrópole do
Olival do Senhor dos Mártires, em Alcácer do Sal, representa, no actual território
Português o local com maior incidência de espadas e punhais de antenas.
No que concerne
ao contexto ibérico, a zona da Meseta e, em particular, às necrópoles de La
Osera, apresentam vastíssimo espólio de espadas de antenas com diferentes
cronologias, entre os séculos IV e II a.C.
O princípio
construtivo de antenas nos punhos das armas é observável em armamento de
cronologia mais antiga, tanto nos punhais de Hallstatt, como em espadas da
Aquitânia, ambas regiões centro-europeias. Estas antenas terão evoluído para diferentes
formas; esféricas, semiesféricas e atrofiadas.
Das
particularidades deste tipo de arma, a decoração oferece importante distinção.
Presente no punho em alguns casos na guarda, nas antenas e também na bainha, é
composta por linhas verticais e horizontais, linhas onduladas, linhas entrelaçadas,
duplas espirais e círculos concêntricos. Estas são damasquinadas com fio de
prata e, em alguns casos, de cobre.
A existência de
espadas e punhais de antenas permite sustentar a presença de senhores da
guerra, indivíduos que possuíam importante armamento, podendo corresponder a
mercenários, celtiberos ou iberos, que ali se estabeleceram, ou a elites indígenas
que dado o seu estatuto social possuíam espadas decoradas, resultante de produção
local ou de transacções comerciais de origens distintas.
Os dados
apresentados evidenciam fonte comum de origens clássicas e célticas, que, não
obstante, podem ter chegado à Meseta, como a Alcácer do Sal, por via de difusão
continental ou ibérica, demonstrando que as influências culturais não ficaram confinadas
a uma única realidade cultural.
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