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sexta-feira, 27 de julho de 2012

Espadas Tipo La Tène em Portugal


A espada de La Tène é de ferro, com dois gumes e uma ponta. A espiga é parte integrante da folha e entre a folha e a espiga encontram-se os ombros, que podem ser curvos ou arqueados.


Espada tipo La Tène procedente do povoado da Tapada das Argolas,Capinha, Fundão. 





























Espada tipo La Tène procedente da necrópole da Herdade das Casas, Redondo.




 As características tipológicas e a procedência em ambiente marcadamente indígena, concedem aos dois achados da Herdade das Casas e da Tapada das Argolas a categoria de constituírem os testemunhos mais ocidentais de duas espadas do tipo La Tène.

A ausência de publicação sobre a escavação da necrópole da Herdade das Casas (Redondo) e a ocasionalidade do achado do povoado da Tapada das Argolas, limitam, em grande medida, o conhecimento dos contextos arqueológicos em que aquelas armas estavam inseridas, dificultando possíveis conclusões.
Partindo dos dados conhecidos, o espólio que apresenta elemento mais caracterizadores na Herdade das Casas (Redondo) circunscreve-se a uma fíbula zoomórfica, às espadas curtas de antenas e à espada de tipo La Tène. Estes achados deixam conferir, paralelismos com necrópoles celtibéricas de Atance (Rangel, 1992 p. 158). Esta semelhança permite supor, pelo menos, a presença de um “celtibero” ali sepultado, bem como da eventual deslocação para ocidente de populações vindas daquela região da Meseta (Fabião, 1997, p. 138).
Outra necrópole com espólio muito idêntico ao da Herdade das Casas, é a necropole “El Romanzal I” em Cáceres, com várias fíbulas do tipo “cavalinho”, fechos de cinturão, espadas de La Tène e de antenas atrofiadas (Hernandez e Hernandez e Galan Domingo, 1996, p.116).
       No que respeita ao povoado da Tapada das Argolas, não possuímos dados suficientes para reconhecer a associação entre a espada de La Tène e a fíbula tipo “cavalinho”. No entanto, a relação entre ambos  os testemunhos não deve deixar de ser considerada (Vilaça, 2003, p.193).

Quanto aos restantes achados, um referente à Lomba do Canho e outro ao povoado de Monte Mozinho, mais fáceis de identificar como gladius hispaniensis, dado os seus contextos arqueológicos marcadamente romanos. No entanto por se tratar de fragmentos de espada, carecem de dados como; bainha, modo de suspensão e comprimento total.(Tristão, 2012, p. 93)

A espada ou punhal conservado no museu arqueológico José Monteiro no Fundão, é um pouco mais difícil de identificar, dada a total ausência de contexto. O comprimento máximo da peça pode-nos remeter para punhal, no entanto, o estado de corrosão superficial que apresenta, especialmente na zona da ponta, bem como a dimensão da espiga e a largura máxima, demonstram tratar-se provavelmente de modelo de maiores dimensões. (Tristão, p. 94, 2012) 

Procedência desconhecida, em depósito no Museu Arqueológico José Monteiro, Fundão.



(Tristão, 2012, p. 97)


(Reconstituição de espada La Tène, Tristão, 2012)




As características morfológicas das duas espadas mencionadas em contexto indígena , permitem identificação com os modelos de La Tène, ainda que seja difícil uma descrição tipológica mais segura, dado o carácter arqueológico pouco preciso, ausência de bainhas e de elementos de suspensão das mesmas, detalhes utilizados frequentemente pelos investigadores que elaboraram tipologias. Trata-se, provavelmente, de exemplares de modelo celtibérico posterior aos centro-europeus (Tristão, 2012, p. 95).













terça-feira, 13 de março de 2012

Algumas representações de Guerreiros na Idade do Ferro em Portugal


No Norte de Portugal, a identificação de trinta exemplares de estatuária de guerreiros castrejos, talvez representando figuras tutelares, evidência a importância social e religiosa da guerra. É provável que aqueles reflectissem um sugestivo culto a destacados chefes guerreiros, heroicizados, armados com armas ofensivas e defensivas, onde o escudo redondo se encontra em posição de destaque e em concordância com a importância que lhe é conferida nas fontes escritas. É ainda possível observar a presença de torques no pescoço, braceletes nos braços (viriae) e decorações no vestuário com formas geométricas, SSS encadeados, ziguezagues e quadriláteros.

Do Castro de Lesenho (Boticas) provêm quatro destas esculturas, expostas no Museu Nacional de Arqueologia. 





Também na Citânia de Sanfins, (Paços de Ferreira) foi encontrado uma escultura de guerreiro,esta, armada com capacete tipo Montefortino. Serve hoje como logotipo para o Centro de Estudos Célticos de Sanfins. 





Existe ainda em Foz Côa, com réplicas expostas no Museu Arqueológico de Foz Côa, gravuras rupestres datadas da Idade do Ferro, onde é possível observar guerreiros, armados com escudos circulares e lanças, constituindo a reprodução de cenas reais ou imaginárias, de carácter bélico, lúdico ou mitológico.





No Sul de Portugal,(Alcácer do Sal) foram identificadas representações de "guerreiros" em pequenas esculturas de carácter votivo. Sendo possível identificar um escudo redondo.

Algumas destas peças estão expostas no núcleo museológico do Castelo de Alcácer do Sal. 





Mais a Sul, em Almodôvar, no Museu da Escrita do Sudoeste, está também exposta uma representação de guerreiro, procedente da necrópole da Abóbada. Representação de guerreiro a segurar em lança e escudo redondo, na estela decorada com o guerreiro está também a famosa escrita do sudoeste.