quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

   

  Balneário Sul da Citânia de Briteiros


Tipo de Sítio – Balneário Pré-Romano

Cronologia – Idade do Ferro

Localização – Braga / Guimarães / Briteiros /Salvador) 


Descrição - O abastecimento de água fria fazia-se por um caleiro que corria ao longo da rua principal da Citânia e que tinha origem numa nascente que brotava de um afloramento granítico. 



No interior deste pátio, eventualmente coberto no Inverno por uma estrutura de madeira, desmontável na Primavera e no Verão, ainda se observa o tanque. 

O pavimento do pátio era lajeado, conservando-se a escada de acesso. Também subsistiu o canal para escoamento da água. fonte (http://citania.csarmento.uminho.pt/)

A conhecida "Pedra Formosa", serviria de passagem para a câmara, como parece indicar a presença de uma abertura nas suas faces. 

Esta pedra apresenta motivos decorativos nas partes superior e anterior, que nos remetem para o universo da gramática decorativa castreja. 





Os recentes trabalhos de valorização do sítio 2008
( http://pedraformosa.blogspot.ch/2008/11/reaberto-balnerio-sul-da-citnia-de.html )










domingo, 4 de novembro de 2012

Capacetes Tipo Montefortino (Castrejos)


A singularidade dos capacetes de Castelo do Neiva e de Lanhoso como dos

fragmentos de Briteiros e os espigões de Resende e Sanfins, encontra-se principalmente
na decoração de alguns dos seus elementos, constituída por alinhamentos em “SS”,
círculos concêntricos, xadrez e ziguezagues, conferindo-lhes identidade própria, um
traço particular que ainda hoje os identifica como únicos.



A existência de temas decorativos idênticos, na cerâmica e na ourivesaria
castrejas justificam, segundo Carlos A. Ferreira de Almeida (1981) a presença de
produção local, assim como alto nível técnico na fabricação de objectos de bronze;
actividade a que conferem particularidades regionais, quiçá procedentes de períodos
anteriores.
O simbolismo, associado a este tipo de decoração, atribui aos capacetes valor
identitário muito próprio, ultrapassando assim a simples questão eminentemente prática,
defensiva, ou de protecção, embora aquele possa ter valor apotropaico. (Tristão 2012)


Na Antiguidade a utilização de capacetes, podia possuir dois grandes
significados, o simbólico e o prático. A representação de indivíduos armados com
capacete, fora do contexto de luta, é identificada em iconografias variadas e em
descrições de alguns autores clássicos como Estrabão (Geografia - 3 ,6 ), Diodoro
(Biblioteca Histórica - 5, 33) e Heródoto, (Histórias - 1, 172. 2 ), quer em contextos de
parada militar, ou religiosa, como em rituais fúnebres ou de nascimento.
Algumas de tais armas, como os capacetes tipo Montefortino, podiam apresentar
decorações particulares, associadas aos indivíduos que as utilizavam. Entre estas
verifica-se a presença de pequeno orifício no espigão e uma argola no guarda - nuca,
que eventualmente serviria para prender corrente ou, em alguns casos, para colocar
penachos (Ferreira de Almeida, 1981, p. 245).

mais informação capitulo 3.1 pp.10-27
http://www.academia.edu/1829578/Armas_e_Ritos_na_II_Idade_do_Ferro_do_Ocidente_Peninsular





terça-feira, 23 de outubro de 2012

Termas Castrejas de Santa Maria de Galegos (Barcelos)





Tipo de Sítio – Balneário Pré-Romano
Cronologia – Idade do Ferro
Localização – Santa Maria de Galegos,Barcelos, Braga.
Acessos – Lugar de Penha Longa
Descrição - A zona do forno, de planta semicircular, foi edificada com falsa cúpula, enquanto a câmara, propriamente dita, apresenta planta rectangular, e foi construída com lajes de assinaláveis dimensões, polidas e trabalhadas nas suas faces internas. Esta divisória possui uma cobertura em forma de mitra. Este complexo é, ainda, composto de uma antecâmara, de planta sub-rectangular, cuja arquitectura é semelhante à da divisão anterior, embora já não sejam visíveis as lajes que corresponderiam à respectiva cobertura. É nesta parte do balneário que se observa a existência de bancos corridos ao longo dos alçados de maior comprimento. 

Uma estela, eventualmente pertencente ao grupo da conhecida "Pedra Formosa", serviria de passagem para a câmara, como parece indicar a presença de uma abertura nas suas faces. 


Esta pedra apresenta motivos decorativos nas partes superior e anterior, que nos remetem para o universo da gramática decorativa castreja. 

Uma outra laje, com um orifício de assinaláveis dimensões, parece estabelecer a ligação com um átrio, do qual se encontraram alguns vestígios. (fonte)http://www.igespar.pt/pt/patrimonio/pesquisa/geral/patrimonioimovel/detail/69708/














Termas Castrejas Estação da CP em Braga



Tipo de Sítio – Balneário Pré-Romano
Cronologia – Idade do Ferro
Localização – Estação CP de Braga
Acessos – Junto do acesso ao parque de estacionamento subterrâneo
Descrição- Dividido em três zonas, forno, sala intermédia de transição e sala de sauna. Parte significativa da estrutura terá sido destruída em finais do sec. XIX. conservando-se ainda muros laterais da câmara, antecâmara e grande laje (eventualmente local da pedra formosa) com abertura semi-circular, sendo esta a zona de passagem de uma sala para outra. Na zona exterior a presença de um pátio pavimentado com grandes lajes de granito e com uma pia.
  
Ficheiro:Termas pre-romanas Bracara.jpg





Citânia de Sanfins


Tipo de Sítio – Povoado Fortificado

Cronologia Idade do Ferro, Romano, Idade Média 
Localização – Paços de Ferreira, Sanfins de Ferreira. Porto. 
Acessos Rua da Cascalheira
Descrição - Povoado fortificado composto por 160 estruturas de planta circular e quadrangular, com ou sem vestíbulo, estando algumas destas estruturas habitacionais integradas em pátio comum.Arruamentos bem definidos por muros.

Composto por três linhas de muralha e fosso, foi possível encontrar "in situ" os pés de estátua de "guerreiro" junto a uma das portas de entrada da segunda muralha. 

Esta representação escultórica de guerreiro procedente da Citânia de Sanfins, armado com capacete e com escudo redondo, a utilizar Viriae (Braceletes) e um torque corresponde exactamente aos conjuntos de descrições feitas pelas fontes clássicas, sobre os guerreiros indígenas e seus adornos, conferindo assim, importância significativa à estátua e a quem ela figura. 

Na periferia do povoado encontra-se também um edifício de "banhos públicos" elemento bastante caracterizador da cultura castreja.

Este povoado apresenta um conjunto de elementos que permitem identificar características arquitectónica típicas dos povoados castrejos, como também algumas pistas da organização socio-simbólica das sociedades que ali habitaram.   












domingo, 7 de outubro de 2012

Castro de Ovil


Castro de Ovil - Espinho

Tipo de Sítio – Povoado 
Cronologia – Idade do Ferro, Romano
Localização – Espinho, Paramos
Acessos  Desvio de terra batida, no limite das freguesias de Silvade e Paramos estrada Espinho-Santa Maria da Feira (EN 109-4), que cruza a linha férrea do vale do Vouga e penetra no Castro pelo topo NE.

Descrição
Este povoado apresenta um grupo de doze estruturas, com destaque para as habitações circulares, muitas delas com vestíbulo, típicas da cultura castreja do noroeste peninsular. De destacar também a pouca presença de testemunhos romanos, quer a nível de espólio como de estruturas.



Links



quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Reconstituições 3d (fotos)


Reconstituições 3d (fotos)


Reconstituição 3d de habitações com planta circular. Presentes em vários povoados da Idade do Ferro a norte do Tejo (modelos em fase de testes).


Reconstituição 3d de Falcata Ibérica (modelos em fase de testes)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Espadas Tipo La Tène em Portugal


A espada de La Tène é de ferro, com dois gumes e uma ponta. A espiga é parte integrante da folha e entre a folha e a espiga encontram-se os ombros, que podem ser curvos ou arqueados.


Espada tipo La Tène procedente do povoado da Tapada das Argolas,Capinha, Fundão. 





























Espada tipo La Tène procedente da necrópole da Herdade das Casas, Redondo.




 As características tipológicas e a procedência em ambiente marcadamente indígena, concedem aos dois achados da Herdade das Casas e da Tapada das Argolas a categoria de constituírem os testemunhos mais ocidentais de duas espadas do tipo La Tène.

A ausência de publicação sobre a escavação da necrópole da Herdade das Casas (Redondo) e a ocasionalidade do achado do povoado da Tapada das Argolas, limitam, em grande medida, o conhecimento dos contextos arqueológicos em que aquelas armas estavam inseridas, dificultando possíveis conclusões.
Partindo dos dados conhecidos, o espólio que apresenta elemento mais caracterizadores na Herdade das Casas (Redondo) circunscreve-se a uma fíbula zoomórfica, às espadas curtas de antenas e à espada de tipo La Tène. Estes achados deixam conferir, paralelismos com necrópoles celtibéricas de Atance (Rangel, 1992 p. 158). Esta semelhança permite supor, pelo menos, a presença de um “celtibero” ali sepultado, bem como da eventual deslocação para ocidente de populações vindas daquela região da Meseta (Fabião, 1997, p. 138).
Outra necrópole com espólio muito idêntico ao da Herdade das Casas, é a necropole “El Romanzal I” em Cáceres, com várias fíbulas do tipo “cavalinho”, fechos de cinturão, espadas de La Tène e de antenas atrofiadas (Hernandez e Hernandez e Galan Domingo, 1996, p.116).
       No que respeita ao povoado da Tapada das Argolas, não possuímos dados suficientes para reconhecer a associação entre a espada de La Tène e a fíbula tipo “cavalinho”. No entanto, a relação entre ambos  os testemunhos não deve deixar de ser considerada (Vilaça, 2003, p.193).

Quanto aos restantes achados, um referente à Lomba do Canho e outro ao povoado de Monte Mozinho, mais fáceis de identificar como gladius hispaniensis, dado os seus contextos arqueológicos marcadamente romanos. No entanto por se tratar de fragmentos de espada, carecem de dados como; bainha, modo de suspensão e comprimento total.(Tristão, 2012, p. 93)

A espada ou punhal conservado no museu arqueológico José Monteiro no Fundão, é um pouco mais difícil de identificar, dada a total ausência de contexto. O comprimento máximo da peça pode-nos remeter para punhal, no entanto, o estado de corrosão superficial que apresenta, especialmente na zona da ponta, bem como a dimensão da espiga e a largura máxima, demonstram tratar-se provavelmente de modelo de maiores dimensões. (Tristão, p. 94, 2012) 

Procedência desconhecida, em depósito no Museu Arqueológico José Monteiro, Fundão.



(Tristão, 2012, p. 97)


(Reconstituição de espada La Tène, Tristão, 2012)




As características morfológicas das duas espadas mencionadas em contexto indígena , permitem identificação com os modelos de La Tène, ainda que seja difícil uma descrição tipológica mais segura, dado o carácter arqueológico pouco preciso, ausência de bainhas e de elementos de suspensão das mesmas, detalhes utilizados frequentemente pelos investigadores que elaboraram tipologias. Trata-se, provavelmente, de exemplares de modelo celtibérico posterior aos centro-europeus (Tristão, 2012, p. 95).













sábado, 19 de maio de 2012

Berrões ou Verracos 


Esculturas esculpidas geralmente em granito, representado figuras zoomorficas, representa na sua grande maioria porcos domésticos ou javalis. Estima-se que a época em que estas estátuas foram esculpidas foi entre a metade do século IV a.C. e o século I a.C. (II Idade do Ferro)
Das cerca de 400 esculturas conhecidas, as figuras mais frequentes são as de porcos machos. O vocábulo berrão foi inspirado no termo usado para designar os porcos não castrados.
Em Portugal a escultura mais famosa é a de Porca da Murça, escultura que deu inclusive origem ao nome da povoação, bem como a uma lenda local...




"Segunda a lenda, era no século VIII esta povoação e o seu termo assolados por grande quantidade de ursos e javalis. Os senhores da Vila, secundados pelo povo, tantas montarias fizeram que extinguiram tão daninha fera, ou escorraçaram para muito longe. Mas, entre esta multidão de quadrúpedes, havia uma porca (outros dizem ursa) que se tinha tornado o terror dos povos pela sua monstruosa corpulência, pela sua ferocidade, e por ser tão matreira que nunca poderia ter sido morta pelos caçadores. Em 775, o Senhor de Murça, cavaleiro de grande força e não de menor coragem, decidiu matar a porca, e tais manhas empregou que o conseguiu; libertando a terra de tão incomodo hóspede. Em memória desta façanha se construiu tal monumento, alcunhado "a Porca de Murça", e os habitantes da terra se comprometeram por si e seus .sucessores, a darem ao Senhor, em reconhecimento de tão grande benefício, para ele e seus Herdeiros, até no fim do inundo, cada fogo três arráteis de cera anualmente, sendo pago este foro mesmo junto à porca. (Leal, Pinho, 1875)"



Berrão de Vilas Boas, Vila-Flôr. 




Castelo Mendo, Guarda

A quantidade de Berrões, existente no nordeste de Portugal, pelo menos 49, testemunham uma manifestação de apreço perante estes animais. 
Recentes estudos arqueológicos têm cada vez mais confirmado sociedades da II Idade do Ferro, muito ligadas à esfera simbólico e religioso. O culto e sacrifico de determinados animais, é testemunhados por registos arqueológicos, epigráficos e documentais.


Na Meseta Espanhola, existem centenas de esculturas com as mesmas características. Estando estas normalmente associadas aos Vetões (Povo Pré-Romano, com origens e influências continentais e Celtibéricas).
Na cidade de Ávila, é possível visitar um museu com um vasto conjunto destas esculturas. 













Castro de São Lourenço - Esposende
 
Tipo de Sítio – Povoado Fortificado
Cronologia – Idade do Bronze, Idade do Ferro, Romano, Idade Média 
Localização – freguesia de Vila Chã, concelho de Esposende. 
Acessos – 41° 33′ 22″ N8° 45′ 40″ W
Na Cidade de Esposende, existem um conjunto de indicações para o Castro de São Lourenço, acesso relativamente fácil, visita gratuita.
Bibliografia - ALMEIDA, Carlos A. Brochado e CUNHA, Rui M. Cavalheiro da, O Castro de S. Lourenço. Vila Chã–Esposende, Ed. Câmara Municipal de Esposende, Esposende, 1999 ALMEIDA, Carlos A. Brochado de,O castro de São Lourenço Vila Chã (Esposende), Actas da Conferência Internacional do Seminário Cultura castrexa: accións e estratexias para o seu aproveitamento socio-cultural, Ed. Xunta de Galicia, 2006. p. 67-99 BETTENCOURT, Ana, et aliiO povoamento do Calcolítico do alvéolo de Vila Chã, Esposende (Norte de Portugal) Notas a propósito das escavações arqueológicas de Bitarandos, rev. Portugália, ed. Departamento de Ciências e Técnicas do Património da Faculdade de Letras da Universidade do Porto (DCTP-FLUP), Porto, Nova Série, vol. XXIV, 2003. p 35






Breve descrição do povoado

No séc. II a.C. e I d.C. foram construídas uma série de casas redondas, cobertas com palha e outros elementos vegetais e que viriam a ser destruídas por um grande incêndio, facto que haveria de conduzir a uma grande remodelação em toda a aldeia com a construção de novas casas, dispostas em patamares sabiamente arquitectados, sustentados por poderosos muros de suporte, por sítios onde o terreno se apresentava mais declivoso. Foi também por esta altura que foram introduzidos acrescentos à tradicional área coberta das casas com os vestíbulos ou "caranguejos" – assim designados por lembrarem os crustáceos – e alguns empedrados, verdadeiros espaços de circulação que pretendiam ordenar uma anárquica distribuição dos antigos modelos habitacionais, numa disposição mais organizada e de acordo com os princípios da ortogonalidade do urbanismo romano. 
















Dessa altura é a distribuição das casas por núcleos familiares, organizados em redor de um pequeno espaço lageado e contornado por muros que poderão, nas zonas em declive, funcionar também como muros de suporte. Os núcleos familiares comportavam três ou mais estruturas cobertas e a entrada far-se-ia a partir dos arruamentos, dificilmente rectilíneos, devido aos condicinalismos topográficos e à anterior existência de estruturas que não puderam ser desmanteladas na altura em que o castro foi sujeito a uma grande remodelação. O ponto central de cada núcleo era o espaço lageado para o qual se abriam as portas de diversas construções, fossem elas habitação, arrumos, currais ou celeiros. O lageamento facilitava a circulação, dificultava a inflitração de água nos alicerces das casas e permitia que funcionasse como eira na secagem de frutos e cereais.

    Almeida, Carlos A. Brochado de; Cunha, Rui M. Cavalheiro da - "O Castro de S. Lourenço Vila Chã - Esposende", Esposende, Câmara Municipal de Esposende. Serviços de Arqueologia, 1997.

O material arqueológico exumado nas diversas intervenções arqueológicas ocorridas encontra-se sob a guarda dos Serviços de Arqueologia da Câmara Municipal de Esposende, estando o mais significativo exposto no Museu Municipal de Esposende.
Fragmentos de cerâmicas indígenas com estampilhados, cerâmicas romanas, de produção local e importadas,  terra sigillata , fragmentos de vidros, moedas com diferentes cronologias e ânforas.
Vários objectos em bronze e ferro (pontas de lança, foices, facas, badalos, etc) usados nas diversas actividades, assim como fíbulas (fivelas) e alfinetes (Actus) de cabelo.

Alguns destes objectos podem ser observados no 
Museu Municipal de Esposende.








quarta-feira, 16 de maio de 2012

Povoado do "Castelo do Giraldo" 



Tipo de Sítio – Povoado Fortificado
Cronologia – Neolítico, Calcolítico, Idade do Bronze, Idade do Ferro, Idade Média 
Localização – Nossa Senhora da Guadalupe, Évora 
Acessos – Direcção Nossa Senhora da Guadulpe, depois seguir indicações até ao Povoado.
Bibliografia - PAÇO, Afonso do e VENTURA, José Fernandes (1960) - Castelo do Giraldo (Évora). I Trabalhos de 1960. In Revista de Guimarães. Guimarães. 71:12, p. 2749
MATALOTO, Rui, (1999) Revista de Guimarães, Volume Especial, I, Guimarães, pp. 333-362



Descrição - 

O Castelo do Giraldo “assenta num dos contrafortes da Serra de Monfurado,
numa elevação que dela se desprende e atinge a cota de 334 metros, dominando a
vasta planície que para o Oriente lhe fica aos pés” (Paço e Ventura, 1960, p. 34).



A localização de excepção reconhecemo-la pelo modo como controla a
paisagem envolvente: desde a planície de Vale Rodrigo, a Sul, a todo o vale das
Ribeiras de Valverde e Peramanca, para Norte. Somente para Oeste a visibilidade a
partir do povoado se encontra truncada pela serra. (Mataloto, Rui, 1999, p. 5) 

Com ocupação desde o neolitico final, calcolitico inicial ter-se-à construido a primeira muralha. Após um periodo de abandono, a fortificação foi reutilizada na Idade do Bronze.




Para a  Idade do Ferro, os testemunhos materiais têm comprovado uma evidencia de materiais que correspondem a cronologia para os finais da II Idade do Ferro.












O povoado só voltaria a testemunhar ocupação na Baixa Idade Média, altura em que foi construída a muralha interior (aparelho muito diferente dos anteriores). Ainda assim, os materiais atribuíveis a esta ocupação são escassos e de difícil enquadramento cronológico.








A designação de "Castelo do Giraldo" está associada a figura do nobre Giraldo, Sem Pavor, um guerreiro da Idade Média, que triunfou na luta contra os Mouros, sendo este, o líder responsável pela tomada de Évora, oferecendo depois a vitória e a região ao então Rei Português D.Afonso Henriques, em 1165. 
A lenda local associa o povoado como o "castelo de Giraldo", que terá sido em tempos o refúgio e local estratégico de preparação para a tomada de Évora.



Uma estátua alusiva ao Giraldo, Sem Pavor, foi criada durante o Estado Novo, enaltecendo a cabeça humana como troféu. Um registo que apesar do seu carácter peculiar ainda hoje pode ser observado na freguesia de Tourega, arredores de Évora.